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A fé como pré-requisito para a busca de prova

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A busca pela prova da existência de algo inevitavelmente se inicia com a crença na possibilidade dessa existência. Uma pessoa inteligente e racional dificilmente dedicaria tempo e esforço para tentar provar a veracidade de algo que considera inexistente ou cuja existência lhe parece fundamentalmente improvável. Essa premissa básica nos leva a uma compreensão mais profunda sobre quem se propõe a provar a existência de Deus, a imortalidade ou de outros conceitos abstratos.Um cientista, antes de iniciar uma investigação, já possui uma certa convicção na plausibilidade da hipótese que pretende testar. Ele pode não ter certeza absoluta, mas acredita que há uma chance razoável de encontrar evidências que sustentem sua ideia. Ninguém em sã consciência dedicaria anos de pesquisa para provar que a água ferve a -50 graus Celsius ao nível do mar, pois o conhecimento científico preexistente torna essa hipótese implausível. A crença na possibilidade de um resultado é o motor que impulsiona a investigação científica.Aplicando essa lógica à esfera da fé, torna-se evidente que somente aqueles que realmente acreditam em Deus se sentiriam motivados a buscar provas de Sua existência. Para um ateu convicto ou um agnóstico que inclina para a descrença, a ideia de provar a existência de algo que não se acredita ser real pareceria um exercício fútil e sem sentido. A própria iniciativa de buscar evidências, argumentos ou experiências que confirmem a existência divina já pressupõe uma convicção prévia, mesmo que incipiente ou em busca de fortalecimento.O mesmo raciocínio se aplica a outras questões existenciais, como a crença na vida após a morte. Somente aqueles que nutrem alguma esperança ou convicção na continuidade da consciência após a morte se dedicariam a pesquisar sobre evidências de da existência de uma realidade para além desta vida. Alguém que acredita firmemente que a morte é o fim absoluto não veria sentido em tentar provar o contrário.Portanto, a afirmação de que “só quem realmente acredita em Deus é capaz de provar a sua existência” não implica que a fé garanta o sucesso da prova, mas sim que a crença é o pré-requisito fundamental para que alguém sequer se proponha a essa tarefa. A inteligência e a racionalidade nos levam a direcionar nossos esforços para investigar aquilo que consideramos possível, mesmo que incerto. Em última análise, a decisão de investir na busca por provas, sejam elas diretas ou indiretas, é uma escolha racional para aqueles que já possuem uma convicção fundamental naquilo que procuram. A fé, nesse sentido, é o primeiro passo lógico e necessário na jornada da descoberta.

Olá, mundo!